Quinta-feira, 24 de Abril de 2008
Galeria cheia na abertura da mostra de homenagem a José Saramago "Se há algo absolutamente precioso", "obra de todos", esse algo "é a língua portuguesa". Como "responsáveis pelo seu destino", "temos a obrigação de a trabalhar mais e melhor" - sempre que a falamos, sempre que escrevemos, porque sem ela "não somos nada ou muito pouco". Foi com a defesa da identidade que a língua confere que José Saramago terminou ontem a sua intervenção na inauguração oficial d'A Consistência dos Sonhos, mostra de carácter intimista que o Palácio Nacional da Ajuda (PNA) manterá patente até ao dia 27 de Julho, na Galeria de Pintura do Rei D. Luís.
Galeria que foi pequena para acomodar as largas centenas de pessoas, entre figuras públicas e cidadãos anónimos, que a ela assistiram. Com um agradecimento especial a Fernando Gómez Aguilera, comissário da exposição, e a Pilar del Río, sua mulher, por terem sido eles os impulsionadores de Consistência dos Sonhos, o escritor explicaria por que razão, ao invés de dizer apenas "obrigado a toda a gente", preferiu sublinhar esse agradecimento com um muito nosso "obrigadinho". É que este, frisou, "sai mais do coração".
Confessando-se dividido quanto à "atitude a tomar perante esta exposição" - "orgulho?, falsa modéstia?, emoção?, contemplação?" -, Saramago acabaria por transformar este tributo que lhe era dirigido num tributo amplo ao que temos de "mais precioso": a língua que nos une e nos permite "fazer com ela laços e relações". Algo que, no seu caso pessoal, mais precioso se tornou com a distância: "Com esta minha vida em Lanzarote", disse Saramago, "descobri que a língua portuguesa é a mais formosa do mundo", como já antes, lembrou, outros o haviam feito, entre eles, Camões, Vieira e Eça.
Palavras de agradecimento foram também as do primeiro-ministro, José Sócrates, em "reconhecimento por tudo" o que o escritor "tem feito em prol do prestígio da Língua Portuguesa e em prol do País": "Quero que ele saiba que gostamos dele, que o estimamos e temos muito orgulho em tudo o que fez pela língua portuguesa e por Portugal", disse. Sublinhando que "é com homens de espírito nobre que se constrói um país melhor", Sócrates citaria ainda Pessoa e o seu "para ser grande, sê inteiro", que Saramago elegeu, ainda jovem, como divisa para a vida.
Exposição bio-bibliográfica de carácter intimista, A Consistência dos Sonhos, que esteve já patente em Lanzarote, reúne um vasto conjunto de testemunhos da trajectória pessoal e da obra do escritor, organizados de forma cronológica, a que Saramago chamou os seus "papéis", reunidos ao longo da vida.
Entre eles, e patentes agora no PNA, estão manuscritos, fotografias - de infância e de família ou como as que tirou para Viagem a Portugal -, recortes de jornais e revistas, cartazes, vídeos, desenhos - como a Passarola de Bartolomeu de Gusmão, presente entre os materiais preparatórios de Memorial do Convento. Entre eles está também um extenso mural/escaparate de parede reunindo edições estrangeiras da sua obra, do coreano ao hebraico. A faceta mais privada do escritor dá-se a conhecer ainda nas suas agendas pessoais, anotando os dias de almoço com a mãe ou o dia em que conheceu Pilar.
Entre as figuras públicas, dos meios político e cultural, presentes na inauguração oficial de Consistência dos Sonhos estiveram o General Ramalho Eanes e sua mulher, Manuela Eanes, Mário Soares e Maria Barroso, José Berardo, José de Guimarães, Pedro Roseta, Manuel Maria Carrilho e Bárbara Guimarães, Jorge Couto e Fernando Tordo. Presentes estiveram ainda os ministros da Cultura, José António Pinto Ribeiro - acompanhado do seu homólogo espanhol, César Molina -, dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, das Obras Públicas, Mário Lino, da Ciência e Ensino Superior, Mariano Gago, e da Agricultura, Jaime Silva.
in www.dn.sapo.pt por MARIA JOÃO PINTO
Segunda-feira, 30 de Abril de 2007
Devido a um problema que tenho neste momento na Internet e no meu computador, não me é possível colocar aqui outros "posts", com a frequência que queria.
Por este facto peço desculpa, mas mal possa voltar ao activo aqui estarão novos "posts", que espero sejam do vosso agrado.
Até lá fiquem bem e vão passando, pois a qualquer momento, tudo estará em condições.
Abraço e continuação dum bom dia.
Muito obrigado pela vossa visita.
Paulo Zananar