Mariela Luciano, professora de português, nunca conseguiu colocação desde que terminou o estágio, em 2005. Continua a concorrer todos os anos, mas entretanto teve de começar a trabalhar numa loja para sobreviver. Ela é uma das muitas docentes que, segundo os sindicatos, contribuem para esconder a verdadeira realidade do desemprego na Educação. Ou seja, a verdade será bem diferente dos dados divulgados ontem pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), segundo os quais o número de professores inscritos nos centros de emprego desceu 57,1% do nos últimos três anos, passando de 12 877 em Dezembro de 2005, para 5 521 no final de 2008.
"São números mentirosos porque escondem a realidade", disse ao DN Mário Nogueira da Fenprof, que garante existir "desemprego, precariedade e sub-emprego". O sindicalista explica que muitos professores foram obrigados a trabalhar em áreas não relacionadas com o ensino, daí estes dados. "Esses desaparecem das estatísticas!", alerta.
É o caso de Joaquim Melo, de 30 anos. O educador de infância de Coimbra não consegue colocação desde 2006. Trabalhou a carregar camiões e a colocar publicidade até que em 2007 candidatou-se a tripulante de ambulância do INEM e ficou. Este ano já nem participou no concurso de professores. "É muito frustrante. Estava a fazer aquilo que sempre quis e era um profissional feliz, mas uma pessoa tem de avançar se quer ter vida própria", conta. No entanto, confessa que ainda vai "voltar a tentar".
Mariela também não desiste - está a tirar outra licenciatura mas o objectivo é o mesmo: dar aulas. "Nem que tenha de esperar até aos 40 anos. O estágio foi a melhor experiência que já tive", diz.
Manuela Gomes, de 29 anos, é uma representante da chamada "geração call center": desde o estágio como professora de português, há cinco anos, trabalhou mais tempo em call centers do que em escolas e agora dá formação na área da banca - "aquilo que não queria". Apesar de ter aprendido a gostar do que faz, não afasta a ideia de voltar a candidatar-se a professora: "É quase concorrer a uma resposta negativa, mas dar aulas foi sempre um sonho". No entanto, preocupa-a a ideia de "viver concurso a concurso, de ir parar a qualquer lado, de viver a curto prazo".
Apesar destes casos serem comuns, o Governo garante que há menos professores desempregados. O secretário de Estado da Educação disse à Lusa que o "aumento das ofertas educativas" criou mais lugares. Valter Lemos calcula que o aumento dos cursos profissionais no secundário, dos cursos de educação e formação no básico, e a criação das actividades de enriquecimento curricular no primeiro ciclo, tenham criado cerca de 15 mil postos de trabalho. E acredita por isso que a esmagadora maioria dos sete mil docentes que deixaram de estar inscritos nos centros de emprego foram absorvidos pelo sistema educativo.
Já João Dias da Silva, da Federação Nacional de Educação (FNE), reconhece que o Estado não tem obrigação de dar emprego a todos os professores, mas considera que as "ofertas educativas ainda são insuficientes". Mário Nogueira acrescenta que, apostando na qualidade, o sistema seria capaz de absorver cerca de dois terços dos que estão desempregados. O líder da Fenprof refere ainda que desde que os estágios deixaram de ser remunerados, em 2006, há muitos recém-licenciados que nunca se chegam a inscrever nos centros de emprego. |
por PATRÍCIA JESUS
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